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Mesa dos Nobres

  Era próximo ao meio dia e o céu estava com um aspecto nublado e sombrio, o que prenunciava perfeitamente o abalo que todos os nobres sentiriam quando recebessem os corvos mensageiros, daquele dia.

  Lorde Malcon era um Lorde menor que morava em uma fortaleza na regi?o central. Subordinado ao Senhor maior que governava um dos quatro grandes feudos fronteiri?os, sua vida era relativamente importadora. Como todo Lorde menor, sua representa??o na mesa dos nobres se desvia unicamente da presen?a de seu Lorde maior, na organiza??o.

  Por esse motivo, seu espanto foi explicado quando a carta dourada foi entregue, no seu escritório. Dispensando o servo que já esperava alguns minutos com a carta em m?os, ele pegou o pergaminho dourado conferindo o Selo. N?o restava dúvida, a carta era da Mesa dos Nobres.

  Porque ele recebeu a carta era o enigma que o incomodava. Essas quest?es foram tratadas por Lorde maior, que depois informaram seus senhores subordinados. O que eu queria tudo aquilo? Dúvidas e medo enchiam sua cabe?a. Seja o que for, concerteza nada de bom viria dessa mudan?a significativa na ordem natural das coisas.

  Cansado de conjecturar e já bastante martirizado, Lorde Malcon decidiu romper o Selo. As notícias eram piores do que ele imaginava. O mestre do espa?o assassinou diversos soldados e nobres de todas as na??es, matou o mestre do fogo, e subjugou o mestre da terra.

  N?o foi inédito ter um mestre que tentou fazer o que Khaled fez, o inédito foi que ele teve sucesso. Isso mostrou o quanto ele era poderoso, e perigoso. Sem dúvidas todos os poderes do mundo mortal se uniriam para parar o mestre do espa?o.

  Enquanto Lorde Malcon ficou chocado com as notícias e suas prováveis ??implica??es, em diversas partes do super continente, lordes receberam a mesma carta e um por um, os membros da nobreza tomaram conhecimento do ocorrido.

  Era certo que nada mais seria igual, uma vez que um mestre ousou transpor os limites e esmagou os comuns como se fossem formigas. A distin??o e a segrega??o existiam no planeta Gan, para uso e deleite dos poderosos cultivadores. Os trilh?es de pessoas comuns da ra?a humana, formavam a base da sociedade, sendo a grande maioria das pessoas do campo, que produziam alimentos, roupas e produtos diversos para a nobreza ou assim pensados ??para a maioria das pessoas. Mas a verdade é que toda a riqueza produzida pela humanidade era retida nas m?os dos cultivadores.

  Para o homem do campo, um cultivador era o equivalente a um imortal, poderoso o suficiente para dizimar cidades inteiras em sua cólera. Eles n?o se misturavam pois viam as pessoas comuns como servos a seu servi?o na melhor das hipóteses.

  Os cultivadores foram construídos no centro de seus continentes em cidades, feitos totalmente por cultivadores para cultivadores.

  A maior parte do mundo do cultivo, se concentrava nessas megacidades e todo o trabalho de administra??o, manuten??o e seguran?a eram feitos por cultivadores, que dominavam as mais variadas e poderosas técnicas. Nessas cidades até os comuns da nobreza n?o passamm de servos pomposos e bem vestidos.

  O fato de que os “imortais” governavam, era uma realidade conhecida, mas distante. Como a nobreza nunca interferia nos assuntos do mundo de cultivo, poderia fazer o que quisesse no mundo mortal.

  Porém essa distancia clara foi quebrada no ato de Khaled. O que antes era apenas uma no??o distante, agora se tornou um pesadelo claro e real do que um poderoso cultivador poderia fazer.

  Todo esse temor levou a mesa dos nobres a reunir em assembleia solene todos os nobres maiores e menores, na capital do continente central.

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  A inquieta??o presente, era sentida mesmo antes de entrar no palácio do Lorde da cidade. Ignis era uma cidade quente por estar localizada no meio do deserto central, porém o calor e a tens?o no ambiente n?o se desviavam ao clima.

  — Aos Lordes presentes eu quero dar meus cumprimentos. Este é um dado que será lembrado por muitos séculos. Hoje nós, os senhores mais proeminentes de todos os continentes, nos reunimos para discutir sobre nosso futuro, depois do massacre que Mestre Khaled Kóros, orquestrou contra as na??es de todos os continentes —O Senhor da cidade de Ignis, Xander Flamus pronunciou-se perante todos.

  — O problema que temos n?o é leviano. As principais realiza??es, resultam a se movimentar. Estamos usando os acontecimentos recentes para questionar a utilidade do sistema paralelo da nobreza. — a declara??o de Lorde Ferron, afundou ainda mais o animo de todos, mas alguns ao ouvi-lo se enfureceram.

  — Se você n?o tentou manipular Mestre Khaled, estaríamos nessa situa??o? — esbravejou Lorde Darren, general da na??o Yam.

  — Meus planos n?o causaram nada! Khaled nunca foi manipulado, uma vez no campo de batalha, sua disposi??o sempre foi de ver a todos como inimigos. — vociferou Lorde Ferron.

  — Meus Lordes, n?o é hora pra acusa??es ou troca de farpas! A crise ainda n?o passou e se agora que estamos no meio da tempestade come?armos a nos degladiar, ent?o podemos muito bem consultar nossa senten?a perante os inimigos a espírito e lavar nossos pesco?os. — As palavras de Lorde Xander, causaram calafrios na espinha de todos. Uma vez lembrados do que os esperavam, e da espada das realidades que pendia em seus pesco?os, houve calmaria nas animoss alteradas.

  — Assim está bem melhor, n?o sabemos ainda nem mesmo como os imortais ir?o acontecer, come?ar uma luta interna agora seria suicídio para todos. precisamos observar atentamente o que as cortes reais est?o tramando e nos preparando para a tentativa de tomada de poder que virá. Os imortais n?o se importam com quem está no governo dos comuns, visto que a eficiência da produ??o e a manuten??o de seus estilos de vida s?o garantidas, eles permitem uma troca de governo. Essa é a melhor chance das monarquias em séculos, eles ir?o agir contra nós, a quest?o é quando? — Lorde Xander indaga, fazendo com que todos se concentrassem no problema imediato da Mesa dos nobres.

  "Isso explica porque nós, os senhores menores, tivemos a chance de participar dessa assembleia. O medo deles é da retalia??o iminente das realidades, e da mudan?a nas esferas de poder. T?o mesquinhos... talvez seja a hora de alguém melhor assumir o destino da humanidade". O pensamento de Lorde Malcon vagava para a disposi??o dos senhores em se agarrar como moribundos a suas frágeis posi??es, n?o por benefício de todos, mas para manter o status quo dos presentes.

  — Lorde Miller você n?o havia dito que em sua regi?o tem um Lorde menor estrategista genial? Ele veio com você? — um dos Lordes disse para um homem sentado ao seu lado, que mais parecia um soldado nascido de gigantes do que um Lorde humano propriamente dito

  — Sim, meu vassalo sem dúvida é o mais brilhante em termos de estratégia e planejamento. Lorde Malcon apresenta-se! — Lorde Miller sem modos gritantes, para a multid?o de nobres em suas costas.

  A mesa no centro, era gigante e redonda, lindamente trabalhada em ouro, prata e pedras preciosas. Somente os Lordes mais poderosos de cada continente tinham um lugar naquela mesa. A cidade onde a Mesa dos nobres estava mudando de acordo com as elei??es da nobreza, e o Senhor da cidade que recebeu a honra de abrigar a Mesa, recebeu o "fardo" de presidir os encontros da nobreza. Cada Lorde maior, sentado à mesa era acompanhado do seu séquito que ficava em pé nas suas costas. Uma pequena multid?o de Lordes debatendo em volta da Mesa e de seus Lordes maiores, parou diante do grito do Lorde incomum.

  Ouvir seu nome ser chamado por Lorde Miller, fez Lorde Maicon sair de seus devaneios. Com um suspiro ele foi em dire??o a voz, que ainda insistia em gritar seu nome desconsiderando a óbvia dificuldade em alguém atravessando a multid?o que cercava a Mesa.

  — Chamou meu senhor? — curvando-se ao lado de Lorde Miller, Lorde Malcon indaga respeitosamente.

  — precisamos de um plano para arrumar essa merda toda, e planos é onde você mais brilha. Ent?o agora dê um jeito na situa??o. — declarou Lorde Miller deixando a maioria dos Lordes sentados à mesa e em volta, perplexos com os modos nada ortodoxos do Lorde gigante.

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