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Anátema: Capítulo 8 - Fugitivo número um

  A floresta das bestas na divisa do continente central, era a entrada para o continente leste, e constituía uma barreira natural, dificultando grandes migra??es entre os continentes. As rotas de acesso pela densa floresta eram controladas por nobres menores, que através de suas companhias mercantes, monitoravam toda atividade para dentro e fora do continente.

  No cora??o da floresta, na caverna daquele que havia sido uma das existências mais poderosas da regi?o, um homem de olhos prateados profundos, estava sentado, contemplando suas feridas superficiais. Lutar contra o tigre de seis patas, foi mais complicado do que lutar com o Mestre do fogo Elyahu. Toda besta naturalmente controlava os elementos, e tinham reservas de fons, que os humanos só poderiam sonhar em ter.

  — Achei que ia ser mais simples, porém essa batalha me custou muito em fons! Realmente as bestas est?o em outro nível em compara??o com os humanos.

  Lamentando, Khaled usou pergaminhos lendários para fechar suas feridas superficiais. Os humanos mesmo os cultivadores, tinham dificuldades em absorver a fons do ambiente e transformar em for?a e poder próprio. O meio mais eficiente de um humano repor suas reservas, era utilizar frutas e carne de bestas rica em fons para que o corpo pudesse metabolizar e transformar em energia elemental. O processo era relativamente lento se comparado com as outras espécies, e ineficiente com rela??o a quantidade de energia que se podia obter.

  Porém a engenhosidade dos seres humanos n?o deve nunca ser subestimada. Ainda no come?o da história de cultivo, os humanos criaram métodos artificiais para acelerar esse processo com pergaminhos feitos de couro de bestas. Uma tinta especial, produto do sangue dos animais ricos em fons e suco de frutas com propriedades anticoagulantes, era usada para fazer inscri??es que agiam como baterias de fons, possibilitando aos pergaminhos serem usados tanto para repor energia, acelerando assim a recupera??o e o processo de cura dos ferimentos, quanto para combate.

  Os pergaminhos eram conhecidos como lendários sendo material valioso,seja no mundo mortal ou no de cultivo. Somente os nobres tinham acesso a tal tesouro, no mundo mortal, e só as principais mans?es tinham os meios para produzir no mundo do cultivo.

  Os segredos para produ??o eram restritos a cada mans?o que estava sob Migdal. Isso eliminou qualquer possibilidade de existir cultivadores independentes, ou mesmo amea?a a autoridade das mans?es.

  Por ser um Mestre Khaled detinha uma riqueza em artefatos e pergaminhos, que deixaria qualquer mans?o com inveja. Cultivadores do nível mestres eram escassos e eram contados na casa das centenas.

  A maioria eram dos elementos água, fogo, terra e vento conhecidos como primários. Trov?o, larva, madeira e gelo eram conhecidos como elementos secundários, seguidos pelos elementos abstratos: espa?o, tempo, vida e morte.

  Ser um Mestre nos elementos secundários eram uma honra por si só. Mas ser Mestre nos elementos abstratos era uma honraria máxima, pela dificuldade de entrar em contato com esses elementos, que dirá de cultivar qualquer um deles ao nível Mestre.

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  Migdal dava importancia a afronta de Khaled por causa do potencial que um Mestre de elemento abstrato tinha. Ele era uma amea?a futura mais perigosa do que qualquer afronta passada.

  Sabendo disso, Khaled resolveu curar suas feridas longe de assentamentos humanos. Por mais que o mundo do cultivo fosse oculto, tendo suas cidades no meio dos continentes ou em lugares de grande concentra??o de fons, a influência dos imortais no mundo mortal, era indiscutível. Bastasse um camponês desconfiar dele que a informa??o viajaria por toda rede de espionagem da organiza??o.

  Claro que a escolha de ir para a floresta, teve seu custo com a batalha que quase lhe arrancou um membro, se ele n?o tivesse artefatos lendários concerteza estaria aleijado ou morto.

  Agora era ficar quieto até a próxima fase de seu plano. Afinal se vingar de Migdal por mais que fosse um desejo seu, ainda era um objetivo secundário. Seu objetivo principal era cumprir a vontade de sua amada e viver para sempre. Só assim ele garantiria que ela nunca seria esquecida e quem sabe talvez ele alcan?asse poder suficiente para trazê-la de volta a vida? E concerteza somente nas terras áridas do extremo oeste, talvez houvesse alguma pista.

  Segundo as lendas mais antigas da ra?a humana, o primeira ser a existir foi aquela que seria a primeira Gr?o-Mestre, a detentora da vida. Zoe Haim era o nome mais temido de todos os imortais, venerada como a m?e de todas as ra?as, ninguém sabe de que espécie ou ra?a ela é, mas é consenso que toda a vida no planeta Gan, proveio dela.

  Por isso ela é conhecida como a M?e dos viventes, detentora da vida e rival de Leto Mors o senhor da morte, que em oposi??o a ela habita o extremo leste, na floresta da morte. é dito que no deserto do extremo oeste está a caverna imortal da senhora da vida. Um equilíbrio simples que n?o pode ser quebrado, pois um acordo foi feito.

  Claro tudo isso n?o passava de lenda e especula??es, para a maioria dos humanos, sejam mortais ou cultivadores. E até mesmo Khaled antes n?o acreditava em nada disso, até que Ayla encontrou o legado da Gr?o-Mestre da vida, e o usou para atingir o pico de seu poder. Khaled sabia que a m?e existia, e que provavelmente estava no leste. A quest?o é se ele conseguiria convencê-la a tomar partido em uma luta que n?o dizia respeito a ela.

  Dúvidas assolaram sua mente, mas ele tinha que tentar. Por Ayla recuar nunca foi uma op??o, e fazer tudo que for preciso para vinga-la, cumprir seu último desejo e tentar trazê-la de volta a vida era seu propósito.

  Quando os últimos pergaminhos lendários que ele havia separado para se curar, acabaram suas reservas de fons se desintegrando no processo, Khaled levantou revigorado, era hora de explorar a caverna da besta e ver se existia frutas ou outros recursos ricos em fons.

  Mal sabia ele que se aproximava em velocidade vertiginosa, dois mestres que por onde passavam deixavam um rastro de destrui??o. A pressa deles era justificada, estando em miss?o oficial de Migdal, para ca?ar o fugitivo número um.

  — Tem certeza que ele está por aqui Mestre Mokuzai?

  — Mestre Mizu, pela centésima vez você pergunta! Você está desprezando minha técnica?!

  — Claro que n?o! Sua técnica é perfeita para o ambiente em que supostamente o inimigo foi avistado por nativos. Porém já se passaram dias de procura e nada.

  — Ja expliquei, a floresta é muito grande, com uma concentra??o de fons que interfere nos meus sentidos, porém há tra?os de energia espacial. Além de Khaled por que um raro cultivador do espa?o estaria escondido aqui?

  — De fato é provável que seja ele, cultivadores de elementos abstratos s?o Mestres de mans?es ou diáconos a servi?o de Migdal. Ficar isolado em um lugar remoto desse, por dias, n?o é comum.

  —Sim. Por isso prepare-se vamos interceptar o alvo em um um dia de viagem ao norte de nossa posi??o.

  — Haha vamos ver do que é feito o poderoso Mestre do espa?o que matou o canalha do Elyahu!

  A risada do Mestre vestido de manto azul claro n?o era um bom presságio para o desavisado Mestre do espa?o.

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